Por Lucas Kurz
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O mês de setembro manteve o padrão de grande parte de 2022 em Pelotas e apresentou saldo positivo na geração de empregos. Segundo os dados do Cadastro Geral de Empregos (Caged), foram admitidos 2.353 trabalhadores, com 1.968 desligados, gerando um saldo positivo de 385 vagas. No apanhado geral do ano, o município já conta com 1.758 postos de trabalho criados.

A área que mais gerou empregos no último levantamento foi o setor de Serviços, com 177 vagas. Segundo o presidente do Sindicato dos Hotéis, Restaurante, Bares e Similares de Pelotas, Marcelo Curi Hallal, isso faz parte de um processo de retomada em todos os setores com a atenuação da situação sanitária, após dois anos de pandemia. Ele ressalta que a população tem se sentido mais segura para agendar hospedagens de antemão, frequentar restaurantes e realizar eventos, fazendo com que a demanda aumente e, consequentemente, novas vagas sejam geradas para suprir tudo.

A comerciante Rose de Deus vai no mesmo sentido em sua avaliação, dizendo que já contratou novos funcionários e, em breve, deverá abrir novas vagas em seu restaurante. "O movimento está voltando devagarinho (...) até julho, estava muito triste. De lá pra cá, deu um 'up'". Ela atribui isso à volta das atividades presenciais nas universidades, trazendo, novamente, estudantes de fora para o município e reforçando o movimento na cidade.

Alegria de quem conseguiu se inserir
O jovem José Carlos Machado Fonseca, 20, concluiu o serviço militar e, em menos de dois meses, conseguiu a primeira oportunidade de carteira assinada. Terminando o ensino médio, ele atribuiu a contratação ao fato de ter experiência prévia, como jovem aprendiz, além da maior abertura do mercado de trabalho aos jovens. "É uma ótima oportunidade", comemora. Esse perfil vai ao encontro das estatísticas. Dos novos postos, 319 novas vagas foram para pessoas com menos de 30 anos de idade, enquanto o saldo é negativo para maiores de 50.

Perspectiva de aumento para o final do ano
O presidente do Sindilojas, Renzo Antonioli, diz que o crescimento no comércio é puxado por dois fatores. O primeiro é a reposição das vagas fechadas durante a pandemia, com parte do varejo voltando ao patamar de vendas de 2019. "De maio para cá, temos verificado que o aumento nas vendas tem se intensificado, fazendo com que as pessoas tenham que contratar mais funcionários." O outro, as contratações de final de ano. Ele projeta cerca de 650 postos temporários para as vendas de Natal e prolongamento até fevereiro, para cobrir férias de verão dos funcionários. "De praxe, e esse ano não vai ser diferente, 15% desses funcionários vão ser efetivados nestes empregos", projeta.

Sobre o futuro, Antonioli diz que há a expectativa de avanço, retomando os crescimentos tradicionais anuais. Porém, diz que o posicionamento da economia no novo governo e potenciais mudanças na legislação trabalhista podem afetar isso - para o bem ou para o mal, conforme decisões forem tomadas. A situação sanitária, controlada em Pelotas atualmente, segue sendo observada pelas entidades e pelo Comitê de Enfrentamento. "Estamos preparados para agir antecipadamente para que Pelotas não sofra novamente com essa pandemia", reforça.